quinta-feira, 10 de março de 2016

UniverCidade: prédio da unidade Madureira irá a leilão para pagamento de dívida trabalhista ** Galileo Educacional: delator de suposto esquema de corrupção é convocado a depor na CPI dos fundos de pensão

Olá amigos!

Continuo assistindo o desenrolar das barbáries causadas pelos  gestores do Grupo Galileo Educacional e da Univer Cidade.

Vejam abaixo as notícias do OPINÓLOGO. Excelentes matérias.




Sexta-feira, 04 de março de 2016

Imagem: Google Mapas / Reprodução
Era uma vez, uma UniverCidade
O imóvel que um dia foi o campus Madureira do Centro Universitário da Cidade (UniverCidade), na Avenida Edgard Romero, nº 807, em Madureira (foto), irá a leilão para o pagamento de uma dívida trabalhista de R$ 78.462,60. O autor da ação chama-se Sandro de Lemos Nunes. Seu nome, no entanto, não aparece na primeira lista de credores apresentada pelo grupo Galileo Educacional para o processo de recuperação judicial. O leilão, mediado pelo Leiloeiro Nacif, está previsto para acontecer em até duas ocasiões: às 11h30 dos próximos dias 29 de março e 12 de abril, no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), na Rua do Lavradio, nº 132 / 10º andar – no Centro do Rio.

O prédio – que ainda funciona a portas fechadas para a entrega de documentos de ex-alunos –, de propriedade da Associação Educacional São Paulo Apóstolo (Assespa), está avaliado em R$ 10 milhões e mede 9.237 metros quadrados. Os débitos de IPTU com a Prefeitura do Rio chegam a R$ 5,9 milhões e correspondem aos exercícios de 2004 a 2015.

A guarda do imóvel está sob a responsabilidade do empresário Ronald Levinsohn, proprietário da extinta UniverCidade. “Ciente da penhora e de sua nomeação como fiel depositário, o Sr. Ronald Guimarães Levisohn, que se encontra em local incerto e não sabido, conforme publicado no Diário Eletrônico da Justiça do Trabalho de 28/01/2016, expediente de 19/01/2016, fica advertido dos deveres impostos pelo artigo 148 do CPC”, estabeleceu a juíza da 57ª Vara de Trabalho do RJ, Flávia Alves Mendonça Aranha.

Existem algumas penhoras para o supracitado imóvel, entre elas do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) para o pagamento de R$ 13,4 milhões. Em agosto de 2015, um Audi A3 pertencente a Priscilla Levinsohn, uma das filhas do empresário, foi penhorado. Ela tentou anular a ação, ao alegar que nunca teria exercido qualquer função junto à instituição de ensino superior (IES), mas na ocasião, a Justiça não aceitou sua justificativa. Já a Assespa sustentou que o pagamento deveria ser extinto por ter prescrito.

Já em outro processo, também movido pela Fazenda Nacional – leia-se INSS – para o pagamento de uma dívida de mais de R$ 1,2 milhão, foi arquivado, pois o prazo de pagamento teria prescrito.

O possível leilão do edifício da unidade Madureira, aparentemente, torna mais distante a ambição do grupo Galileo Educacional – novo mantenedor da UniverCidade e da Universidade Gama Filho (UGF) – de reerguer as duas IES. No próximo dia 24 de março completa um ano que seu plano de recuperação judicial foi deferido pela Justiça. Pouco se sabe sobre o processo. No ano passado, credores (funcionários, empresas de produtos e/ou serviço e até alguns acionistas) receberam carta de advogados do grupo gestor, informando sobre a recuperação judicial.

Vale frisar que foi na calçada da unidade Madureira que ocorreu um dos maiores absurdos acadêmicos. Em 2014, período que os alunos estavam desesperados em busca de documentos – histórico, certificado e diploma –, para se transferirem para outra faculdade, a então estudante de Pedagogia Tatiana Martins encontrou em latões de lixo próximos uma papelada, cuja guarda deveria ser de responsabilidade da instituição.

Diante das várias greves e paralisações de professores e funcionários administrativos, decorrentes de constantes atrasos salarias, o Ministério da Educação (MEC) descredenciou a UniverCidade e a Gama Filho, alegando suposta ‘baixa qualidade acadêmica’ em janeiro de 2014.


Mais notícias.
 

Quarta-feira, 09 de março de 2016

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara dos Deputados para investigar supostas irregularidades em fundos de pensão – CPI dos Fundos de Pensão – convocou o ex-funcionário do grupo Galileo Educacional Reinaldo Souza da Silva para depor. No entanto, ele não foi localizado pela comissão para que comparecesse à audiência desta quarta-feira (9/3). O requerimento foi feito pelos deputados federais Efraim Filho (DEM-PB) e Sérgio Souza (PMDB-PR), presidente e relator da CPI, respectivamente.

Reinaldo Silva, até meado de 2015 desconhecido no meio acadêmico, foi apontado pela revista “IstoÉ” como delator de um suposto esquema de desvio de dinheiro de fundos de pensão com participação do grupo gestor e que está sendo investigado pela Polícia Federal. É de conhecimento público que o Postalis e o Petros – fundos de pensão dos Correios e da Petrobras, respectivamente – investiram no grupo Galileo Educacional, ao adquirir debêntures, entre 2010 e 2011, cuja operação foi mediada pelo Banco Mercantil. As mensalidades do curso de Medicina da Universidade Gama Filho (UGF), de aproximadamente R$ 3,5 mil por estudante, foram dadas como garantia aos investidores. Na época, a gestora era presidida pelo empresário Márcio André Mendes Costa.

Leia atentamente, porque é muita informação num só texto. Grande parte do que está sendo dito aqui, já foi narrado em outras reportagens. Contudo, é preciso recapitular os fatos para facilitar o entendimento do leitor.

Dos R$ 100 milhões em títulos emitidos pelo grupo Galileo Educacional, o Postalis adquiriu R$ 81,4 milhões. Em 2014, logo após o descredenciamento da UGF pelo Ministério da Educação (MEC), esse fundo de pensão já havia recebido R$ 44,6 milhões. Em outubro daquele mesmo ano, o fundo de pensão reivindicou antecipadamente R$ 65,6 milhões referentes às parcelas restantes do investimento. Vale lembrar que a mantenedora era considerada proprietária também do Centro Universitário da Cidade (UniverCidade), que teve o fim decretado pelo MEC.

Pode ser mera impressão deste jornalista que lhe escreve, mas as contas parecem não bater: o Petros afirmou ter investido R$ 24,3 milhões, de acordo com a supramencionada comissão. Este valor somado ao do Postalis já passaria dos R$ 105 milhões.

Em 2013, a revista “Exame”  chegou a afirmar que o Postalis investiu R$ 75 milhões, enquanto o Petros, R$ 25 milhões. Mas, à medida que o caso foi ganhando repercussão, as cifras aproximadas foram atualizadas – acima – por OPINÓLOGO.

Segundo a “IstoÉ” , o Banco Mercantil teria entrado na jogada por intermédio de Marcus Vinícius Mendes Costa, que, além de irmão de Márcio André, seria um acionista minoritário do banco.

“IstoÉ” acusou ainda os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) e Lindbergh Farias (PT-RJ) e o deputado federal Luiz Sérgio (PT-RJ) de terem, supostamente, recebido parte do dinheiro dos fundos de pensão supracitados. O peemedebista teria embolsado R$ 30 milhões, enquanto os dois petistas, R$ 10 milhões cada. Na ocasião, o parlamentar alagoano negou a acusação e disse não ter nenhuma relação com a mantenedora nem com a instituição de ensino superior (IES).

Rombo em fundos de pensão

A comissão apura os rombos provocados por suposta má administração ou corrupção em fundos de pensão. O Postalis, por exemplo, teve prejuízos de R$ 5,6 bilhões em 15 anos.

Já o Petros, em 2014, teve déficit de R$ 6,19 bilhões. Em audiência nesta quarta-feira (9), o presidente do Petros, Henrique Jäger, disse que o atual déficit de R$ 16 bilhões seria “decorrente da queda no valor das ações da carteira de investimento do fundo e de outros passivos, como a correção do passivo do fundo pela inflação e a perspectiva de aumento real dos salários”.

Desses R$ 16 bilhões, R$ 1 bilhão em prejuízos seria por conta do investimento na empresa Sete Brasil para a construção de 28 sondas de perfuração para a Petrobras. O Petros detém 17% das ações no fundo de sondas criado para controlar a Sete Brasil.

A CPI também apura possíveis irregularidades em outros fundos de pensão, tais como: Funcef (da Caixa Econômica Federal) e Previ (do Banco do Brasil). Estes dois, incluindo o Petros e o Postalis, tiveram juntos prejuízos de R$ 30 bilhões. A comissão quer saber se dos R$ 340 milhões investidos pelo Funcef na Engevix, por exemplo, houve ou não desvio de grana para patrocinar campanhas eleitorais, entre elas a da presidente Dilma Rousseff.

Os trabalhos dessa comissão se encerrariam no próximo dia 19 de março, todavia, a pedido do colegiado, foram prorrogados pelo presidente da Câmara, deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para até o próximo dia 18 de abril, quando o relatório final deverá ser aprovado.

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