quinta-feira, 22 de outubro de 2009

PRIMEIRA MENSAGEM AO EXMO. PRÓ-REITOR BRUNO GUERRA


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From: Professor Brasileiro
Date: 2009/10/8
Subject: Desabafo de mestres
To:

Exmo.sr. Pró-Reitor Administrativo
Bruno Guerra

Sou professor da UNIVERCIDADE  e estou perplexo diante da situação atual.

Diversos professores estão com sérios problemas em virtude do atraso dos seus salários. Muitos estão com os seus nomes na Serasa, SPC e até mesmo no CCF.
Eu particularmente tenho outros meios de subsistência, mas conheço vários que vivem somente do salário da Univercidade ou necessitam desta complementação. Estes se dedicam há muitos anos a ensinar por amor a profissão e inclusive à Instituição.
Nos dias em que ministro aulas todos estão a postos, com sorriso nos lábios, brincando e animados em estar com seus alunos, tratando-os com todo o amor e dedicação. Continuam seus trabalhos, cumprindo com sua obrigação, gastando sua gasolina, passagem, roupa, enfim, pagando para realizar um trabalho que se transformou num sacerdócio. Em troca têm sua contraprestação de gota em gota, tornando impossível o pagamento de seus débitos.
Eu presencio depoimentos de muitos que já perderam bens, contraíram empréstimos para cobrir outros, formando uma grande bola de neve que será quase impossível degelá-la, pois tudo que está dentro dela já está com defeito ou deteriorado. Não quero dizer com isso que a Univercidade é culpada de todos os problemas dos professores e funcionários administrativos, mas está sendo em parte.
Assim, é de bom termo que a Univercidade tome uma iniciativa e apresente um remédio para que comece a resolver esta situação que parece ser irreversível.
Temos profissionais gabaritados na Univercidade, excelentes intelectuais, especialistas, mestres, doutores, e não podem ficar a margem do que está realmente acontecendo na Instituição. Essa omissão traz descontentamentos, desânimos, depressões, e é o que estou assistindo.
Precisamos saber se é possível ou viável a continuação da Instituição, qual o futuro da Instituição, qual a previsão de resolução de todo o passivo. Sei que pode ser mais complicado do que imaginamos, mas não podemos continuar a deriva.
Se reivindicarmos nossos direitos dirão: “cuidado vai perder seu emprego”; se calarmos : “você está certo, é melhor este do que nenhum”. Ou mesmo: “se estão insatisfeitos se retirem”. É muito cômodo. Esta é a cultura brasileira que precisa acabar.
É de bom termo que trabalhemos em equipe, pois este é o lema do sucesso. Entendo que deveria ter uma manifestação da direção e expor realmente os problemas, pois se fosse empresa já estaria no momento de uma Recuperação Judicial. Este é o melhor método para preservar a atividade, o ativo e inclusive os empregos que tem importância primordial na sociedade e, inclusive encontrar meios para sanar o passivo através dos próprios credores que desejam o restabelecimento da Instituição.
Contudo, mesmo sendo Instituição Sem Fins Lucrativos não impede que possamos dialogar sobre o problema e encontrar uma solução.
Não é a crise mundial, mas algo que já está se arrastando há alguns anos.
Esse silêncio da direção e o aparente descaso é um desrespeito aos professores. São seres humanos que raciocinam, pensam, sonham, sofrem, ao contrário do que faz parecer os dirigentes, pois esta omissão transparece que somos seres inanimados ao dispor da Instituição.
Em princípio, proponho a V.Exa. uma manifestação a todos os professores do que está ocorrendo e do que está por vir, no prazo de 20 dias a partir desta, pois aqueles que lidam com a parte financeira têm uma previsão do futuro.
Posteriormente, teremos que partir para outro meio legal, mas que seja eficaz.
Atenciosamente,

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