Olá amigos!
Continuo assistindo o desenrolar das barbáries causadas pelos gestores do Grupo Galileo Educacional e da Univer Cidade.
Vejam abaixo as notícias do OPINÓLOGO. Excelentes matérias.
UniverCidade: prédio da unidade Madureira irá a leilão para pagamento de dívida trabalhista
Sexta-feira, 04 de março de 2016
Imagem: Google Mapas / Reprodução
Era uma vez, uma UniverCidade |
O prédio – que ainda funciona a portas fechadas para a entrega de
documentos de ex-alunos –, de propriedade da Associação Educacional São
Paulo Apóstolo (Assespa), está avaliado em R$ 10 milhões e mede 9.237
metros quadrados. Os débitos de IPTU com a Prefeitura do Rio chegam a R$
5,9 milhões e correspondem aos exercícios de 2004 a 2015.
A guarda do imóvel está sob a responsabilidade do empresário Ronald Levinsohn, proprietário da extinta UniverCidade. “Ciente da penhora e de sua nomeação como fiel depositário, o Sr. Ronald Guimarães Levisohn, que se encontra em local incerto e não sabido,
conforme publicado no Diário Eletrônico da Justiça do Trabalho de
28/01/2016, expediente de 19/01/2016, fica advertido dos deveres
impostos pelo artigo 148 do CPC”, estabeleceu a juíza da 57ª Vara de Trabalho do RJ, Flávia Alves Mendonça Aranha.
Existem algumas penhoras para o supracitado imóvel, entre elas do
Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) para o pagamento de R$
13,4 milhões. Em agosto de 2015, um Audi A3 pertencente a Priscilla
Levinsohn, uma das filhas
do empresário, foi penhorado. Ela tentou anular a ação, ao alegar que
nunca teria exercido qualquer função junto à instituição de ensino
superior (IES), mas na ocasião, a Justiça não aceitou sua justificativa.
Já a Assespa sustentou que o pagamento deveria ser extinto por ter
prescrito.
Já em outro processo, também movido pela Fazenda Nacional – leia-se INSS
– para o pagamento de uma dívida de mais de R$ 1,2 milhão, foi
arquivado, pois o prazo de pagamento teria prescrito.
O possível leilão do edifício da unidade Madureira, aparentemente, torna
mais distante a ambição do grupo Galileo Educacional – novo mantenedor
da UniverCidade e da Universidade Gama Filho (UGF) – de reerguer as duas IES. No próximo dia 24 de março completa um ano que seu plano de recuperação judicial
foi deferido pela Justiça. Pouco se sabe sobre o processo. No ano
passado, credores (funcionários, empresas de produtos e/ou serviço e até
alguns acionistas) receberam carta de advogados do grupo gestor, informando sobre a recuperação judicial.
Vale frisar que foi na calçada da unidade Madureira que ocorreu um dos
maiores absurdos acadêmicos. Em 2014, período que os alunos estavam
desesperados em busca de documentos – histórico, certificado e diploma
–, para se transferirem para outra faculdade, a então estudante de
Pedagogia Tatiana Martins encontrou em latões de lixo próximos uma papelada, cuja guarda deveria ser de responsabilidade da instituição.
Diante das várias greves e paralisações de professores e funcionários
administrativos, decorrentes de constantes atrasos salarias, o
Ministério da Educação (MEC) descredenciou a UniverCidade e a Gama Filho, alegando suposta ‘baixa qualidade acadêmica’ em janeiro de 2014.
Mais notícias.
Galileo Educacional: delator de suposto esquema de corrupção é convocado a depor na CPI dos fundos de pensão
Quarta-feira, 09 de março de 2016
A Comissão Parlamentar
de Inquérito (CPI) da Câmara dos Deputados para investigar supostas
irregularidades em fundos de pensão – CPI dos Fundos de Pensão –
convocou o ex-funcionário do grupo Galileo Educacional Reinaldo Souza da
Silva para depor. No entanto, ele não foi localizado pela comissão para
que comparecesse à audiência desta quarta-feira (9/3). O requerimento
foi feito pelos deputados federais Efraim Filho (DEM-PB) e Sérgio Souza (PMDB-PR), presidente e relator da CPI, respectivamente.
Reinaldo Silva, até meado de 2015 desconhecido no meio acadêmico, foi apontado pela revista “IstoÉ” como delator de um suposto esquema
de desvio de dinheiro de fundos de pensão com participação do grupo
gestor e que está sendo investigado pela Polícia Federal. É de
conhecimento público que o Postalis e o Petros – fundos de pensão dos
Correios e da Petrobras, respectivamente – investiram no grupo Galileo
Educacional, ao adquirir debêntures, entre 2010 e 2011, cuja operação
foi mediada pelo Banco Mercantil. As mensalidades do curso de Medicina
da Universidade Gama Filho (UGF), de aproximadamente R$ 3,5 mil por
estudante, foram dadas como garantia aos investidores. Na época, a
gestora era presidida pelo empresário Márcio André Mendes Costa.
Leia atentamente, porque é muita informação num só texto. Grande parte
do que está sendo dito aqui, já foi narrado em outras reportagens.
Contudo, é preciso recapitular os fatos para facilitar o entendimento do
leitor.
Dos R$ 100 milhões em títulos emitidos pelo grupo Galileo Educacional, o Postalis adquiriu R$ 81,4 milhões. Em 2014, logo após o descredenciamento
da UGF pelo Ministério da Educação (MEC), esse fundo de pensão já havia
recebido R$ 44,6 milhões. Em outubro daquele mesmo ano, o fundo de
pensão reivindicou antecipadamente R$ 65,6 milhões referentes às
parcelas restantes do investimento. Vale lembrar que a mantenedora era
considerada proprietária também do Centro Universitário da Cidade
(UniverCidade), que teve o fim decretado pelo MEC.
Pode ser mera impressão deste jornalista que lhe escreve, mas as contas parecem não bater: o Petros afirmou ter investido R$ 24,3 milhões, de acordo com a supramencionada comissão. Este valor somado ao do Postalis já passaria dos R$ 105 milhões.
Pode ser mera impressão deste jornalista que lhe escreve, mas as contas parecem não bater: o Petros afirmou ter investido R$ 24,3 milhões, de acordo com a supramencionada comissão. Este valor somado ao do Postalis já passaria dos R$ 105 milhões.
Em 2013, a revista “Exame”
chegou a afirmar que o Postalis investiu R$ 75 milhões, enquanto o
Petros, R$ 25 milhões. Mas, à medida que o caso foi ganhando
repercussão, as cifras aproximadas foram atualizadas – acima – por OPINÓLOGO.
Segundo a “IstoÉ” , o Banco Mercantil teria entrado na jogada por intermédio de Marcus Vinícius Mendes Costa, que, além de irmão de Márcio André, seria um acionista minoritário do banco.
A “IstoÉ” acusou
ainda os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) e Lindbergh Farias (PT-RJ)
e o deputado federal Luiz Sérgio (PT-RJ) de terem, supostamente,
recebido parte do dinheiro dos fundos de pensão supracitados. O
peemedebista teria embolsado R$ 30 milhões, enquanto os dois petistas,
R$ 10 milhões cada. Na ocasião, o parlamentar alagoano negou a acusação e
disse não ter nenhuma relação com a mantenedora nem com a instituição
de ensino superior (IES).
Rombo em fundos de pensão
A comissão apura os rombos provocados por suposta má administração ou
corrupção em fundos de pensão. O Postalis, por exemplo, teve prejuízos
de R$ 5,6 bilhões em 15 anos.
Já o Petros, em 2014, teve déficit de R$ 6,19 bilhões. Em audiência
nesta quarta-feira (9), o presidente do Petros, Henrique Jäger, disse
que o atual déficit de R$ 16 bilhões seria “decorrente da queda no valor
das ações da carteira de investimento do fundo e de outros passivos,
como a correção do passivo do fundo pela inflação e a perspectiva de
aumento real dos salários”.
Desses R$ 16 bilhões, R$ 1 bilhão em prejuízos seria por conta do
investimento na empresa Sete Brasil para a construção de 28 sondas de
perfuração para a Petrobras. O Petros detém 17% das ações no fundo de
sondas criado para controlar a Sete Brasil.
A CPI também apura possíveis irregularidades em outros fundos de pensão,
tais como: Funcef (da Caixa Econômica Federal) e Previ (do Banco do
Brasil). Estes dois, incluindo o Petros e o Postalis, tiveram juntos
prejuízos de R$ 30 bilhões. A comissão quer saber se dos R$ 340 milhões
investidos pelo Funcef na Engevix, por exemplo, houve ou não desvio de
grana para patrocinar campanhas eleitorais, entre elas a da presidente
Dilma Rousseff.
Os trabalhos dessa comissão se encerrariam no próximo dia 19 de março,
todavia, a pedido do colegiado, foram prorrogados pelo presidente da
Câmara, deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para até o próximo dia
18 de abril, quando o relatório final deverá ser aprovado.