POR DIVERSAS VEZES NESTE BLOG FOI ENFATIZADO SOBRE UMA "INTERVENÇÃO JUDICIAL" COMO ACONTECEU EM UMA INSTITUIÇÃO DO SUL. O DEPUTADO ABAIXO MENCIONA TAMBÉM. NÃO SE TRATA DE INTERVENÇÃO DO MEC, MAS SIM, DE UM JUIZ, QUE NOMEARÁ UM "INTERVENTOR" PARA GERIR A INSTITUIÇÃO ATÉ RESOLVER.
Mas tem que ser requerido.
POR QUE NÃO?
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JORNAL "O GLOBO" - DIA 07 DE DEZEMBRO DE 2013
IPANEMA - UNIDADE FECHADA
Rio de
Janeiro, 04 de dezembro de 2013
À
Comunidade Acadêmica
Prezados
alunos e professores,
É com
tristeza, que novamente nos manifestamos a vocês. Talvez este seja um dos
últimos comunicados que o façamos. Pois, a cada dia que passa temos mais incertezas
do que certezas. A cada dia nos surpreendemos com uma notícia pior do que a
outra. Agora com a de que um oficial de Justiça teria levado computadores da
unidade Ipanema. Pouco sabemos sobre isso, aliás nem foi divulgado. Não sabemos
para o pagamento de quê os mesmos foram tirados. E pelo que soubemos, isso
poderá se repetir nas demais unidades. Os PC's são fundamentais, principalmente
para nós alunos que chegamos do trabalho e vamos preparar um trabalho que algum
professor nos pede, ou no caso daqueles que não dispõem de um em casa.
Sempre nos
disseram que o “amanhã nunca morre”. Mas, com esse grupo que está administrando
a nossa UniverCidade, o impossível pode se tornar possível. Se num futuro breve
a Instituição fechar as portas, é bom que saibam que ela não será a única
culpada. Todos, docentes e discentes, terão suas parcelas de culpa para que
isso acontecesse. Os primeiros, por ficarem mais em cima do muro, criando
falsas expectativas em vez de tomarem um posicionamento mais firme e encarar
que o caminho cada vez mais é um abismo. Sabemos muito mais do que acontece
acompanhando o blog dos professores da Gama do que pelo dos da UniverCidade. Os
segundos, por não se fazerem mais presentes, especialmente durante as
manifestações que organizamos. A desculpa mais comum é de que não podiam ir,
por causa de problemas pessoais. Mas, a sua faculdade também é um problema
pessoal! Não é problema de trabalho, amoroso, de nenhum outro tipo. Às vezes,
não fazer nada é pior do que tentar fazer algo, mesmo que errado. Se amanhã a
UniverCidade acabar, queremos que saibam que o DCE-UC estará de consciência
tranquila. Porque temos a convicção de que tentamos, demos tudo, nosso suor,
nosso sangue e nossa alma numa luta que acreditávamos ser possível, se todos
estivessem do mesmo lado, jogando no mesmo time, e não fossem tão indiferentes
ante os próprios problemas.
Este
DCE-UC, já que não existia nenhum antes de nós, foi construído com muito
sacrifício durante a evolução da crise e dos atrasos de pagamento no início de
2012. Fizemos protestos, dormimos na rua, fizemos o que foi possível para que
conseguíssemos ser ouvidos. Mas, quando a maioria não participa, nossas vozes
não têm muito alcance. Pior do que isso é que aparenta que a situação que
vivemos hoje com greves constantes, professores sem salário, elevadores
quebrados, banheiros sujos, entre tantas coisas, não seja grave.
Estivemos
ontem em Madureira. A situação é caótica. Árvore caída no meio do pátio,
secretaria fechada, pouquíssimos professores e alunos, falta d'água e de luz,
banheiro cheio de baratas. Aliás, não é só o banheiro. A unidade toda está
entregue às baratas.
O
Ministério da Educação (MEC) pouco faz para intervir ou tentar contornar a
situação. Diz que não pode. Mas, não é isso o que vemos na prática. Em setembro
agora, descredenciou a Faculdade Alvorada, no Distrito Federal. Os alunos
entraram na Justiça para tentar recuperar os documentos e assim uma
transferência, mesmo tendo vários deles participado da Transferência Assistida
proposta pelo Órgão. No último dia 13/11, proibiu o ingresso de novos discentes
em seis IES do Grupo Uniesp, em São Paulo. Em agosto deste ano, a UniverCidade
estava suspensa de realizar novos vestibulares. Dois meses depois, a medida
tinha sido anulada. Foi mais uma espécie de “cala-boca” para que parássemos de
encher o saco.
Nossas
idas a Brasília, muitas delas custeadas do nosso bolso, reforçam o que acabamos
de afirmar. Depois de várias reuniões, já perdemos as contas, o Grupo Galileo
assina um termo de compromisso e mesmo assim o desrespeita. Em fevereiro de
2012, a mantenedora já tinha descumprido um acordo feito no Ministério Público
do Trabalho.
Até hoje
nunca vimos o tal acionista majoritário Adenor Gonçalves dos Santos. Seu nome é
uma lenda. Às vezes nos perguntamos se ele realmente existe, porque nunca teve
a humildade de se sentar conosco para dialogar, encarar o problema de frente e
nos dar garantias reais de que está disposto a recuperar a Instituição.
Há quase
dois anos que vivemos nessa luta. Unidades serem fechadas, demissões e mais
demissões, aumentos abusivos de mensalidades, promessas de pagamentos que não
são cumpridas, falta de segurança, equipamentos e salas em mau estado de
conservação, cursos serem transferidos para a Universidade Gama Filho, troca de
acionistas, imóvel sendo penhorado. O que você, professor ou aluno, está
esperando para começar a agir? Porque depois, não vai adiantar chorar pelo
leite derramado.
Sem mais,
DCE-UC
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